
Mitos da cirurgia bariátrica: saiba mais sobre esse procedimento
O número de pessoas com obesidade em grau elevado parece que só aumenta e, consequentemente, a busca por métodos de emagrecimento também. No entanto, em alguns casos, o resultado não é o esperado e mesmo após várias tentativas o excesso de peso ainda é um problema que afeta a qualidade de vida e a saúde.
Dessa forma, muitos recorrem ao procedimento cirúrgico como a última opção para a redução de peso. A cirurgia bariátrica tem o objetivo de alterar o sistema digestivo para que o estômago tolere uma quantidade reduzida de comida, o que impulsiona o emagrecimento.
Se você quer conhecer quais são as principais verdades e mitos da cirurgia bariátrica, continue acompanhando a leitura do post!
Qualquer pessoa está apta a realizar a cirurgia
Mito. Antes de ser submetido à cirurgia bariátrica, é feita uma análise minuciosa do quadro do paciente para entender se ele está apto ao procedimento. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou maior que 40kg/m² e acima de 35kg/m² com alguma comorbidade devido ao excesso de peso podem ser submetidas à cirurgia bariátrica.
Os pacientes que realizam a cirurgia bariátrica são pessoas que já tentaram outras dietas, técnicas de emagrecimento, como reeducação alimentar, exercícios físicos ou medicamentos.
É necessário perder peso antes de se submeter à cirurgia
Verdade. Em alguns casos, pode ser necessária a perda de peso antes da cirurgia. Isso acontece com os pacientes com um grau bastante elevado de obesidade, ou seja, com IMC acima de 50kg/m².
Dessa forma, a redução de peso auxilia no sucesso da bariátrica e funciona como um pré-operatório, sendo que um dos objetivos é reduzir a capacidade gástrica.
Mulheres não podem engravidar após a cirurgia
Mito. É possível engravidar após a cirurgia bariátrica, mas o recomendado é que a paciente espere pelo menos 1 ano. Sabemos que é nos primeiros meses depois do procedimento que ocorre a maior perda de peso e isso implica em cuidados específicos, principalmente relacionados às vitaminas necessárias para o organismo quando são realizadas técnicas disabsortivas como o bypass gástrico por exemplo. Nada que um bom acompanhamento com obstetra e equipe multidisciplinar bariátrica não seja capaz de monitorizar, prevenir e se necessário tratar.
A gestação se torna muito mais segura após a bariátrica, tendo em vista a resolução e/ou redução das comorbidades da paciente. Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão gestacional, macrossomia/desproporção céfalo-pelvica estão entre as patologias com incidência reduzida em mamães submetidas previamente à bariátrica. Estudos revelam aumento das chances de engravidar, ou seja, aumento da fertilidade da mulher após a bariátrica, através da melhora metabólica e hormonal propiciada pela cirurgia. Doenças como a síndrome de ovários policísticos (que dificultam a ovulação e afastam as mulheres do sonho de serem mães) melhoram após a perda do excesso do peso pós-gastroplastia.
Oferece os mesmos riscos que outras cirurgias
Verdade.
Tal afirmação deve ser vista como algo extremamente positivo, haja vista o fato de a evolução técnica e científica percebida pela humanidade nas últimas 7 décadas (idade aproximada da primeira bariátrica) ter sido amplamente incorporada às intervenções bariátricas dentro e fora do centro cirúrgico.
O advento da cirurgia minimamente invasiva (feita com pequenos cortes milimétricos), a utilização de pinças, tesouras coaguladoras, grampeadores hemostáticos e demais instrumentais com tecnologia de ponta, foram capazes de permitir a realização de procedimentos cujo sangramento total é contado em gazes ou que, pasmem, sequer as usam!!!
No mesmo sentido, vale destacar também o surgimento de protocolos internacionais de recuperação rápida do paciente (como o ERAS- Enhanced Recovered After Surgery) que preconizam profilaxias padronizadas e menor invasão possível do paciente, como ausência de sondas e drenos e redução absoluta no tempo de internação bem como de jejum pré e pós-operário. Tudo isso aliado à melhora dos protocolos aplicados pelas equipes multidisciplinares especializadas tornaram essa realidade possível!
Sim!! Para você sempre viu a cirurgia bariátrica como uma cirurgia de alto risco, com número aumentado de complicações, saiba que HOJE ela tem o mesmo risco de uma cirurgia de retirada de vesícula (colecistectomia) ou, (acredite!), risco 3 vezes menor que o da cirurgia de retirada de útero (histerectomia), ambas tidas como cirurgias corriqueiras pela população geral.
Mesmo sendo considerado um procedimento bastante seguro, cumpre ressaltar que cirurgia bariátrica apresenta sim riscos e que estes riscos são proporcionais à condição clínica do paciente (já que este, via de regra apresenta maior número de comorbidades) e que nas mãos de equipe multidisciplinar especializada tais riscos podem sim ser minorados principalmente quando há adesão do paciente às orientações a ele repassadas.
Portanto, a cirurgia bariátrica e metabólica é uma técnica eficaz que promove melhora na qualidade de vida do paciente e também na sua saúde. Mesmo com os possíveis riscos, ela é um procedimento recomendado por médicos e especialistas da área como uma solução eficiente e duradoura.
Entender os mitos da cirurgia bariátrica é importante se você pensa em realizar o procedimento. Ter acesso às informações corretas melhora o entendimento sobre o assunto e fornece um preparo maior quando o paciente é submetido à operação.
Esperamos ter esclarecido algumas das principais dúvidas a respeito da cirurgia bariátrica.
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